O ano que está terminando foi um período muito intenso, de
muitas transformações, onde todos se permitiram experienciar algo novo, algo
mágico, algo que possivelmente só vão poder mensurar de uma forma mais profunda
no futuro, mas que já traz os seus benefícios no presente.
A música, como eu gosto de dizer, está muito além da nossa
capacidade de compreendê-la, e aprender a tocar um instrumento, cantar,
aprimorar as atividades já realizadas, exercitar a leitura musical, aprender
conceitos vivenciados musicalmente, todas essas atividades práticas são
ferramentas que utilizamos no caminho da evolução dessa percepção, que para
qualquer um de nós ainda está longe de chegar a um fim, se é que existe esse
fim. Todos precisaram exercitar a paciência, a determinação, a motivação e a
alegria, evoluindo de forma direta na conquista de virtudes que transcendem o
aprendizado musical e se aplicam a outras situações da vida de cada um.
Ainda assim, realizar essas atividades não é a música
propriamente dita, a música é algo mais interno, mais íntimo e pessoal, que nos
conecta a todo o universo, e é essa musica que desejo que todos encontrem, no
interior do coração.
Foi maravilhoso tê-los como amigos nesse ano, podendo
auxiliar, cada um em sua característica própria, uns com uma facilidade maior,
outros menor, porém, todos de parabéns por demonstrarem a motivação para
aprender algo novo, e conseguindo alimentar essa motivação no decorrer das
aulas, demonstraram um talento especial, o talento de querer saber mais.
Quero agradecer de forma muito especial a todos, queridos
amigos músicos, violonistas e cantores, pela oportunidade que ofertaram para
que eu pudesse auxiliar em seus processos de evolução, por todos os
aprendizados que tive ao lado de vocês nesse ano, e pela maravilha que é ser
responsável, mesmo que numa escala muito diminuta, pela música do mundo, como
vocês todos também são.
Muita música na vida de todos é o que desejo, fazendo a
trilha sonora de suas vidas com muita alegria, entendimento, consciência cada
vez mais expandida e uma orientação especial para fazer o bem a todos!!!
E aguardo vocês nesse novo ano, novo ciclo, nova vida, novos aprendizados, música e contemplação !
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
Bom Dia!!!!
Estou muito feliz hoje.
Coloquei um link aqui no blog para que possam escutar algumas composições,
logo estarei colocando mais, mas por enquanto espero que gostem !
"É necessário não deixarmos, de modo algum, que o elemento artístico de nossa cultura continue sendo visto como um artigo de luxo ao lado da vida séria, como uma distração supérflua à qual nos voltamos, mesmo que saibamos levar uma vida espiritual; temos de considerar que o elemento artístico permeia tudo, permeia o mundo e o ser humano como uma lei divino-espiritual."
Rudolph Steiner
É com essa breve citação de Rudolph Steiner que retorno às atividades nesse maravilhoso canal de comunicação, onde sempre propus uma reflexão sobre nossos verdadeiros papéis no mundo. Há muito tempo que é claro em meu modo de direcionar as atividades que compõem o enredo dessa aventura fantástica que é a vida, a necessidade de sermos servidores do bem em nossos mundos individuais, e aos artistas isso é singularmente especial , pois nesse modo de compreender os papéis que interpretamos nesse palco, vejo o artista como aquele que conseguiu entender seu poder de criar, de modificar a realidade, seja ela qual for. Somos todos como células , ou menores ainda, átomos de um gigantesco organismo vivo, que se movimenta, que age e inter-age, e que pode se adoentar ou se curar , dependendo dos movimentos individualizados que comporta dentro de si, movimentos que contagiam seus átomos mais próximos ou se deixam contaminar.
Pensando dessa forma é que sempre coloquei essa motivação , de ser um pouco mais do que um professor, ser um auxiliador, uma pessoa que, aos poucos entende cada vez mais sobre o que é realmente ser um professor e quem é que ensina e quem aprende nesse maravilhoso jogo de trocas.
Se somos todos parte de Um mesmo ser, como poderia um ter muito mais do que outro, sejam posses intelectuais ou materiais?
Ninguém é tão sábio que não tenha nada a aprender nem tão ignorante que não tenha algo a ensinar.
Estou especialmente feliz por estar aqui hoje , exercendo esse ofício maravilhoso que é ser um artista do bem e um auxiliador em tantos processos de transformação que tenho participado , sou grato a todos esses amigos que abriram uma porta para que eu pudesse estar realizando esse trabalho musical em suas vidas, com muito amor desejo que continuem fortes nesse caminho interno de auto-conhecimento e de superação.
Quero compartilhar um vídeo que foi feito numa apresentação relâmpago que realizei na Faculdade no último dia 1, a música faz parte do repertório do Palácio de Seda grupo o qual faço parte e sinto-me também muito feliz em convidá-los a comparecer no TELAB (Teatro Laboratório da FAP) Rua dos Funcionários, 1758, Cabral-Curitiba-PR, no dia 27, quinta feira as 19 horas , para conferir a celebração da vida com a música do grupo Palácio de Seda!
Estive na última semana passando por um período de avaliações, seminários e encerramento de semestre na faculdade. Num desses seminários nos deparamos com um texto do Wisnik sobre os caminhos da música brasileira, suas influências e conceituações sobre um período muito importante na história da nossa música.
Acontece que a exemplo de anteriores situações eu acabo entrando num assunto que julgo da maior importância e não consigo evitar o choque que acontece quando me deparo com uma visão digamos mais "racional" sobre música ( tentemos entender esse "racional" como aquela visão que não aceita muito a mística da música).
Eu não posso fazer um julgamento a respeito de opiniões alheias ou da forma como cada pessoa entende a música, o caso é que eu não acredito que as pessoas entendam o que é a música, frequentemente vejo muitos profissionais, que se intitulam músicos por terem estudado muito os conceitos teóricos de música, praticado horas e horas a fio durante anos para adquirir uma habilidade virtuosa, e serem exímios executantes de obras de alta dificuldade, ainda assim acredito que música não é isso apenas e tais músicos, na minha forma de compreender, estão um pouco longe de perceber a verdadeira essência da música se não a buscarem de uma forma mais aberta e com uma boa dose de humildade, assim dessa forma são apenas técnicos que executam com habilidade instrumentos musicais, mas nem por isso são músicos.
Penso que a capacidade humana de perceber os efeitos da música ainda é muito limitado, e isso não é uma opinião vulgar e despojada de embasamento, na verdade existem centenas de estudos realizados e experimentações científicas em busca de uma compreensão maior sobre essa arte tão mal utilizada nos dias atuais. Todos estamos carecas de saber que o ser humano usa muito pouco da capacidade cerebral, e acredito que há muitas coisas ao nosso redor que simplesmente não percebemos por que não desenvolvemos a capacidade para isso, mas nem por isso tais coisas deixam de existir, como determinadas cores que alguns animais não percebem e que aos nossos olhos são muito nítidas.
Seguindo essa linha de raciocínio, já há algum tempo que venho pesquisando e lendo livros sobre música, buscando respostas que possam colaborar com a minha capacidade de auxiliar ao próximo no caminho de encontro com sua própria música interior, sendo assim um servidor, que anseia pela transformação humana à partir do microcosmo particular de cada um, e pensando assim, faço uso da música como instrumento de auto-transformação, portanto aplicando-a em primeiro lugar na minha própria vida, por que sei que ainda tenho muito o que transformar e evoluir.
A música em inúmeras culturas é de singular importância na formação do caráter individual e coletivo de sua população, há mesmo aquelas onde a música é tida como um ser sagrado e respeitado como algo presente na essência da existência, manifestando-se de uma forma tão natural que não pode ser dissociada do cotidiano, e é a ponte entre esse mundo material perceptível à média capacidade humana e outro que transcende essa capacidade.
Não sou um Phd nesse assunto , mas tenho a consciência de que muito há por se desvendar e conhecer no Universo como um todo, e a música, acredito, tem um papel de maior relevância nesse quadro do que qualquer outra atividade humana.
Compartilho com vocês um pequenino trecho de um livro muito especial que veio até mim em um momento em que eu necessitava de mais respostas para a minha prática musical. Como acredito que no Universo não existam coincidências, isso pra mim é místico, encontrar uma ferramenta tão profunda sobre algo que eu desejo conhecer e necessito aprimorar, sem ter ao menos procurado, simplesmente me deparando com o livro entre milhares de outros, sendo o único que conseguia ler o nome à distancia em que me encontrava, e esse trecho fica como um incentivo à curiosidade de vocês:
"Os mitos de diversas culturas dizem que o Universo foi criado a partir dos sons. O deus egípcio Toth, acredita-se, teria levado a cabo a criação usando apenas o som de sua voz. Os gregos chamavam esse mestre da sabedoria oculta de Hermes Trismegisto, "Hermes Três Vezes Grande" o escriba dos deuses. Os textos sagrados das antigas escolas de mistério foram atribuídos a ele, mediador da sabedoria divina revelada.
....A relação entre a sabedoria oculta e os sons pode, de início parecer forçada. Contudo, nas antigas escolas de mistério do Egito, Roma, Tibete, Índia e outros centros de aprendizado, a compreensão dos sons era uma ciência altamente refinada, baseada no conhecimento do fato de que as vibrações são a principal forma de causação do universo.
Nas antigas escolas de mistério, os sacerdotes e magos também eram músicos. Muitos dos grandes cientistas do passado (como Pitágoras) também eram versados em conhecimentos esotéricos. Sua sabedoria derivava de uma compreensão do universo que só agora começa a ser quantificada em áreas como a fíisica quântica, na qual o científico e o espiritual podem se tornar uma única área."
GOLDMAN, Jonathan. Os Sons Que Curam: o poder dos harmônicos / Jonathan Goldman;-tradução Marcello Borges. - Guarulhos-SP: Editora Parma LTDA, 1994.
E compartilho também uma visão bem direta, teosófica e científica sobre essa relação entre música e mística:
Boa viagem a todos!!!
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Bom dia !!!
Hoje montei uma página aqui no blog diferenciada, afinal sempre dei aulas de violão e voz, porém fui solicitado a dar aula de guitarra elétrica e encarei o desafio.
Como já toquei guitarra por muito tempo, senti-me capaz de auxiliar no aprendizado de uma pessoa e estamos colhendo bons frutos, precisei recapitular bastante coisa e essa situação está sendo uma experiencia muito bacana , tenho a oportunidade de aprimorar ainda mais os meus conhecimentos e relembrar alguns conceitos e exercícios práticos que havia deixado para trás, o mais significativo é estar praticando paletadas novamente, rsrsrs, pois violão não toco com paleta...
Bom , a página nova é um bom texto que encontrei no site http://pegacifras.uol.com.br ,sobre o que é tablatura, postei o texto e estou recapitulando e praticando.
Usando uma frase que li em um ótimo livro há um tempo atrás ( O Poder Oculto da Música de David Tame), "Como na música , assim mesmo na vida", estou usando esse momento para continuar aprendendo e sinto que isso é necessário existir na vida inteira, em todos os aspectos, não apenas no aprendizado de música. Se temos a convicção de ter chegado ao fim da linha, o término do caminho pra qualquer coisa que seja , nesse mesmo instante paramos de evoluir, deixamos de aprender. Precisamos crescer sempre, até o último suspiro de vida física e mesmo esse suspiro tem algo a ensinar.
Desejo que todos nós possamos internalizar esse conceito e transformá-lo em hábito, sejamos eternos aprendizes do agora sempre!!!
Visitem a nova página do blog http://www.andrespinardi.blogspot.com.br/p/tablaturas.html
Ontem à noite quando cheguei em casa resolvi fazer uma coisa que nunca faço, liguei a TV !
Estava passando um tributo a Legião Urbana, um show produzido pela MTV Brasil, com Dado Villa-Lobos, Macelo Bonfá, músicos de apoio e Wagner Moura representando Renato Russo nos vocais.
Fiquei realmente decepcionado com a escolha de Wagner Moura, não por questionar sua competência profissional, aliás é um dos atores brasileiros que mais aprecio pela competência em seu trabalho, porém como cantor é muito ruim, ou foi no dia de ontem, várias músicas fora do tom, semitonando, não alcançava várias notas que não tem muita dificuldade pra quem é cantor realmente.
Penso que foi bacana a homenagem, mas com todo respeito a Wagner Moura, poderiam ter respeitado mais o Renato escolhendo alguém mais capacitado para representá-lo em um show, e tenho certeza que, pelas caretas que o Dado fazia ele não curtiu nem um pouco ter que usar os backings pra tentar concertar as bolas na trave do Wagner.
Bom, eu poderia enfocar apenas na critica negativa, mas farei diferente.
O Renato Russo é um grande letrista da música brasileira, dono de uma poética única, conseguiu em 14 anos de Legião Urbana nos presentear com verdadeiras obras de filosofia e reflexões profundas sobre a condição humana.
Fato é, que muitos fãs da Legião não prestavam muito atenção nisso, a exemplo do que existe em todo lugar com fãs de todos os estilos de música, a imagem e o esteriótipo acabam influenciando mais do que reflexões filosóficas que possam estar contidas nas letras das músicas, muitas vezes até há fãs que o são apenas porque os melhores amigos são e etc.
Proponho então um tributo em forma de reflexão sobre uma das letras mais conhecidas de Renato Russo:
Pais e Filhos
Estátuas e cofres e paredes pintadas
Ninguém sabe o que aconteceu.
Ela se jogou da janela do quinto andar
Nada é fácil de entender.
Dorme agora,
é só o vento lá fora.
Quero colo! Vou fugir de casa!
Posso dormir aqui com vocês?
Estou com medo, tive um pesadelo
Só vou voltar depois das três.
Meu filho vai ter nome de santo
Quero o nome mais bonito.
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há.
Me diz, por que que o céu é azul?
Explica a grande fúria do mundo
São meus filhos
Que tomam conta de mim.
Eu moro com a minha mãe
Mas meu pai vem me visitar
Eu moro na rua, não tenho ninguém
Eu moro em qualquer lugar.
Já morei em tanta casa
Que nem me lembro mais
Eu moro com os meus pais.
É preciso amar as pessoas
Como se não houvesse amanhã
Porque se você parar pra pensar
Na verdade não há.
Sou uma gota d'água,
sou um grão de areia
Você me diz que seus pais não te entendem,
Mas você não entende seus pais.
Você culpa seus pais por tudo, isso é absurdo
São crianças como você
O que você vai ser,
Quando você crescer?
É possível verificar facilmente nessa letra a reflexão sobre as nossas relações com nossos pais, mas acredito ser isso o mais óbvio, está explícito no nome da canção, e analisar nesse sentido seria mais redundante do que útil.
Há mais coisas nas entrelinhas , há um sentido maior nisso que está expresso em "Pais e Fillhos".
Desde o começo a canção já "ilustra" uma situação em que muitos de nós encontra-se as vezes:
"Estátuas e cofres e paredes pintadas, ninguém sabe o que aconteceu."
Entre elementos do nosso mundo material, vivemos, influenciados por nossas relações com a sociedade e com o mundo como um todo, e não apenas com nossos pais, é claro que os pais tem um papel único na vida de cada um, mas a reflexão aqui gira em torno do que os pais representam, no sentido de nos adequar a uma sociedade doente, onde muitas vezes somos reprimidos, nossa essência mais verdadeira é enclausurada a tal ponto que acabamos por nos atirar pela janela. E ninguém nunca vai saber o que realmente aconteceu porque simplesmente não expressamos, aliás nem nós mesmos sabemos explicar o que acontece, o "porquê" do sofrimento. Apenas sentimos, e buscando referências externas, acabamos relacionando esse sofrimento a situações do nosso convívio social, profissional ou afetivo, quando na verdade ele nasce muito antes, já na infância, ou pra quem entende assim , já trazemos de outras vidas.
A enorme desigualdade social também está presente nessa letra, mas sempre podemos interligar todas as informações e analisar por um único prisma, a nossa relação de sofrimento com o mundo.
Essa desigualdade aparece justamente quando em duas estrofes de 4 frases, Renato coloca situações muito diferentes de visões do mundo, desde aquele que tem os pais separados e mora com a mãe, até o que não tem onde morar. Tais situações poderiam sugerir que essa é uma canção de lamento, de crítica social daquelas que nos "propõe" uma depressão ao nos depararmos com a realidade em que vivemos, mas não é o que acontece, a canção é uma mensagem linda de esperança, de igualdade, relatando diferentes vivencias humanas, expressa o quanto somos partes da mesma coisa, o quanto ainda temos por aprender sobre a nossa existência e do quanto somos responsáveis por aquilo que ajudamos a construir ou manter presente no mundo. Aprendemos muitas coisas num nível inconsciente com nossos pais, é interessante , justamente nesse instante em que escrevo essas reflexões, escuto a minha vizinha dando uma baita bronca em sua filhinha de talvez 4 anos de idade, e acontece que a menina rebate, com a mesma intensidade que recebe a bronca: ("- Feia! não faça isso" ."- Você que é feia!!). Isso quer dizer que aprendemos a ser como nossos pais, aprender a ser o que eles são na sociedade, nervosos, trabalhadores, preguiçosos , enfim, aprendemos muito mais com os exemplos, daí a responsabilidade de darmos bons exemplos, e isso é amor.
A resolução de toda a reflexão colocada nas estrofes é coroada com um refrão muito significativo e pragmático:
"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã"!
O agora é tudo o que temos, não existe como deixar para amanhã aquilo que devemos fazer hoje, porque o amanhã não existe e nunca existirá, assim como o passado é um agora que deixou de existir, o amanhã quando chegar será também um agora. E acredito ser muito oportuno refletirmos também o que é esse "amar as pessoas". Seria termos por elas uma ternura desmedida? um carinho subjetivo? acredito que não. Amar é um verbo, e verbo está intimamente relacionado com ação, amar está mais perto do "agir" do que do "sentir". Então talvez o amor de que o Renato fala esteja relacionado mais com as nossas atitudes cotidianas, com a forma como usufruímos da presença das pessoas nas nossas vidas, da forma como auxiliamos seus processos individuais, ou nos aproveitamos de forma egoísta, de como proporcionamos alegrias e evolução de consciência ou de como proporcionamos sofrimento e alienação, seja essa pessoa constante em nossa vida ou alguém que aparece uma vez num rápido espaço de tempo para nunca mais aparecer. Acredito que amar as pessoas muitas vezes não é dar uma moeda pra alguém que pede na rua, não é fazer algo para receber um reconhecimento, um elogio, é realmente contribuir com a evolução da consciência de alguém, e isso pode ser expresso em qualquer coisa, depende apenas da nossa motivação, se é pura ou está contaminada pelo egoísmo inerente a todo ser humano. Nos ensinamentos budistas, é recorrente o enfoque na compaixão e ela é descrita como aquilo que sentimos quando nos imaginamos no lugar do outro, quando realmente nos colocamos na situação em que o próximo vive e conseguimos compreender seu sofrimento com serenidade e capacidade para identificar qual é o caminho para a transformação dessa situação, e de que forma contribuímos melhor para isso.
Finalizando a canção Renato não deixa de nos proporcionar evolução se soubermos compreender nessas últimas frases que não existe culpa, apenas agimos de acordo com o que aprendemos, estando isso certo ou errado, e depositar essa culpa em pessoas ou elementos externos é absurdo, porque apenas potencializa aquilo que nos faz sofrer, o entendimento de que a resposta mora no interior de cada um é o grande aliado nessa caminhada que fazemos e pode nos proporcionar a saída desse labirinto de estátuas e cofres e paredes pintadas, e essa resposta talvez seja apenas isso , amar as pessoas e a si próprio como se não houvesse amanhã, porque na verdade não há.
A proposta desse canal de comunicação desde seu inicio é unir as pessoas por meio da música, aqui coloquei um propósito de compartilhar meus parcos conhecimentos musicais, os quais continuamente venho aprimorando, não com o intuito de me valer disso para alcançar algum status ou coisa parecida, mas tão somente de compartilhar com todos o despertar que a música possibilita,como o fez em mim, um despertar que é indescritível, e apenas se compreende no interior de cada um.
Além de estar postando semanalmente textos, reflexões, divulgando eventos culturais que valorizam a expressão artística pura e que se aproximam da arte mais verdadeira, aqui também será um canal para auxiliar no aprendizado musical tanto dos alunos que semanalmente visito em seus lares, quanto de todos aqueles que sonham, pensam, sentem vontade de tocar, cantar ou entender melhor a música, e é claro também aqueles que já tocam e buscam aprimorar seus conhecimentos e prática.
O entendimento que tenho sobre a música , transcende esse entendimento que existe de música como mero entretenimento ou um fonte de renda, comercial, industrial, etc. Penso que a música na verdade está além de nossa capacidade mental e cognitiva de compreendê-la, capacidade que nos faz perceber, na maior parte dos casos, apenas uma minúscula parte do efeito que ela tem sobre nós e sobre todas as formas de vida.
Isso que acabei de dizer não é apenas uma reflexão minha, na verdade é fruto de um estudo que venho realizando desde que tive os primeiros lampejos de uma compreensão maior sobre os efeitos dos sons e da música sobre tudo o que somos, e aqui quero compartilhar com todos uma dessas fontes: " A Música e Sua Relação Com O Ser Humano" de Marcelo Petraglia.
"A música é uma das artes que mais profundamente tocam o ser humano. Ela está presente em praticamente todas as culturais e sua origem é tão remota quanto a da própria história da humanidade. Investigar a relação que a música tem com o homem, nas múltiplas camadas de seu ser, é a que se propõe este livro. Para isso apresenta-se uma imagem de ser humano fundamentada na Antroposofia e observa-se sua relação com os diversos elementos da música, como por exemplo: o tempo, os tons, a melodia, a harmonia, o ritmo, as escalas, os instrumentos musicais, a forma e o silêncio. Deste estudo emerge uma nova consciência a cerca do papel que a música desempenha ao longo da história e que pode desempenhar na vida atual. Espera-se que esta nova consciência traga inspiração para o amante da música e para o músico atuante e criativo, seja ele artista, pedagogo ou terapeuta."
Marcelo S. Petraglia nasceu em 1961, em São Paulo, SP. Iniciou seus estudos de música na Escola Rudolf Stainer de São Paulo, tendo em seguida estudado teoria musical, contra-ponto, harmonia e análise com Maria Lúcia Pascoal e Ricardo Rizek. Graduado em Licenciatura em Música pela Escola de Comunicações e Artes da USP, ampliou sua formação vivendo de 1986 a 1989 na Europa, onde estudou com Ursula Köepf, Carol Fraser, Michael Deason-Barrow e Pär Ahlbom. Na Alemanha foi por um ano aprendiz na Musikalisch-Plastische Arbeitsstätte, sob a orientação de Manfred Blefert, trabalhando na pesquisa e construção de instrumentos de metal. É mestre em Biologia Geral e Aplicada pelo instituto de Biociências da Unesp - Botucatu.
Como compositor, sua produção abrange peças para coro, música de câmara, música de cunho pedagógico, trilhas sonoras para cinema, teatro, dança e euritmia. No âmbito da pesquisa sonora desenvolveu um estudo sobre a influência de vibração acústica em substancias granulares, viscosas e líquidas, o qual foi publicado no cd-rom "Figuras Sonoras - o fenômeno da interação som/substância" (OuvirAtivo. 2005). Na mesma linha de pesquisa, sua dissertação de mestrado teve como tema o estudo de vibrações acústicas em organismos vegetais (em especial na germinação de sementes).
Em 1997 fundou a OuvirAtivo - música para o desenvolvimento humano, por meio da qual ministra cursos especializados para músicos, professores e terapeutas em diversas instituições no Brasil. Desde 1998 atua em projetos de desenvolvimento organizacional junto a empresas e ao terceiro setor usando a música como ferramenta de auto-conhecimento e transformação das relações humanas. É coordenador do Antropomúsica - programa de formação em educação musical fundamentado na Antroposofia.
Para quem quer saber mais sobre Antropomúsica convido-os a acessar o site clicando no link OuvirAtivo .
